Debate sobre sistemas sociais, ambiente e saúde planetária encerram o pham 2021

A última sessão de Apresentações Científicas Relâmpago contou com cinco estudos sobre deslocamento, interrupção e conflito

Por Flávia Maria de Medeiros Filgueiras

A última atração da programação principal do Planetary Health Annual Meeting and Festival (PHAM) 2021 foi a quinta sessão de Apresentações Científicas Relâmpago: deslocamento, interrupção e conflito, das 14:10 às 14:50 BRT, em 30 de abril. Ela foi moderada pelo Dr. Eduardo Viola (Professor Titular do Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais da Universidade de Brasília), e contou com cinco trabalhos selecionados, a partir do conjunto de resumos aceitos pelo #PHAM2021. Os temas abordados enfatizaram questões socioeconômicas e ambientais vivenciadas por diferentes países, sendo eles: a) efeitos do nexo água-alimento-energia na saúde de agricultores em Bangladesh; b) riscos à saúde em nosso meio ambiente em perspectivas dos jovens de favelas de Uganda; c) mudança climática, degradação da terra e saúde planetária; d) mulheres e saúde ambiental no Peru; e) melhoria do bem-estar integrando saúde e conservação.

Byomkesh Talukder abordou água, alimento e energia em relação à saúde em um grupo de sistemas agrícolas costeiros em Bangladesh. O debate girou em torno das condições de biodiversidade e rendimento das culturas para verificar a integração dessas questões em diferentes indicativos. A pesquisa indicou que os sistemas são mais resilientes quando oferecem segurança alimentar, nutricional, biodiversidade, sustento e promoção de saúde – ligados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).

Ao encontro disso, Craig Leisher tratou da integração entre saúde e conservação. O autor pontuou que a melhora da saúde e do bem-estar dos indivíduos está diretamente conectada à conservação dos meios naturais, evidenciado pelo seu projeto Tuungane, que significa “vamos unir”. “Conforme a saúde planetária avança, é essencial apoiar projetos integrados uma vez que seres humanos e meio ambiente estão intrinsecamente integrados”, explicou Leisher.

Charles Ssemugabo investigou os riscos à saúde humana e ao ambiente nas cidades. Ele mostrou o papel dos jovens nas situações relacionadas à saúde planetária em favelas urbanas em Kampala, na Uganda. Charles evidenciou que as ameaças à saúde e à degradação do ambiente devem ser debatidas e levadas em consideração no planejamento urbano adequado ao redor do mundo.

O deslocamento foi abordado no trabalho de Laura J. Brown e Elaine Flores-Ramos, que realizaram um estudo qualitativo, apontando perspectivas, prioridades e problemas relacionados às mulheres e à saúde ambiental no Peru. Para elas, há a necessidade de que organizações políticas e sociais, inclusive dentro das comunidades indígenas, considerem questões de gênero, de ambiente e de saúde.

“Quando você empodera as mulheres, a questão da saúde
também é beneficiada. Elas pensam mais na sua própria saúde
e de sua própria família”.
(Laura J. Brown)

Nilanjana Ganguli apresentou uma revisão sobre a relação entre mudanças climáticas, degradação da terra e saúde planetária, sobretudo, em relação a migrações e a conflitos que acontecem no mundo. “Migração pode levar a conflitos e esse componente pode ter uma ligação com a segurança alimentar. Afinal, são tantas pessoas em áreas tão pequenas”, pontuou.

Ao fim da sessão, a degradação da terra foi indicada como um dos pontos que estabelecem conexões sistêmicas com todos os ODS estipulados pela ONU. Além disso, foi indicada a necessidade de que legisladores reconheçam os impactos das mudanças climáticas na saúde planetária, bem como a necessidade de se ter um sistema que entenda as causas e a importância de ações coordenadas para realizar mudanças efetivas.

Apresentações Científicas Relâmpago: Deslocamento, Disrupção e Conflito

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Edição: Gustavo Longo; Thaís Presa Martins

Imagem: Flávia Maria de Medeiros Filgueiras