Por Maria Clara Peres*
Diante da tragédia que afetou severamente o Rio Grande do Sul, o grupo de Saúde Planetária apresenta um grupo dedicado de obstetrizes voluntárias que decidiu agir. O projeto SOS Obstetrizes surgiu como resposta às necessidades urgentes das gestantes da região de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, uma das cidades mais afetadas pelo evento extremo climático ocorrido em maio de 2024. As gestantes foram severamente impactadas pelas enchentes que atingiram o estado gaúcho.
"Nosso objetivo é proporcionar não apenas cuidados médicos, mas também um apoio emocional essencial para essas mulheres vulneráveis", destaca Elísia Ramos, aluna de Obstetrícia da USP e Coordenadora do SOS Obstetrizes. "Cada gestante atendida representa uma história de superação e esperança para nós."
Em Canoas, as obstetrizes não apenas estão realizando consultas pré-natais e distribuindo insumos médicos essenciais, mas também estão engajadas em um meticuloso mapeamento das gestantes afetadas pela tragédia. Esse trabalho não só identifica aquelas que necessitam de cuidados imediatos, mas também assegura um suporte contínuo e personalizado, garantindo que todas recebam a assistência necessária.
Os números demonstram a abrangência do impacto do projeto: mais de 100 gestantes já foram atendidas, ultrapassando 115 consultas pré-natais realizadas, e a distribuição de milhares de unidades de insumos médicos. Esses dados refletem não apenas a magnitude do desafio enfrentado, mas também a eficácia e o compromisso inabalável das obstetrizes voluntárias em cuidar da saúde materna em meio à adversidade.
A ação está diretamente associada ao que preconiza a Saúde Planetária – um campo de pesquisa, mas também de ação que tem por objetivo a proteção e o bem-estar de todas as formas de vida.
Em tempos de crise, a união da comunidade e o voluntariado desempenham um papel fundamental na reconstrução da esperança e no apoio às populações vulneráveis. O projeto SOS Obstetrizes exemplifica como a pesquisa aplicada pode transformar vidas, oferecendo cuidado humanizado e essencial em momentos críticos.
Sua contribuição é vital para sustentar essa iniciativa de solidariedade e cuidado e garantir que as gestantes de Canoas e região recebam o suporte necessário. Mais informações estão disponíveis na página do movimento, no Instagram (@sos.obstetrizes).
(*) Maria Clara Peres é estudante de Obstetrícia na EACH/USP e estagiária do Saúde Planetária Brasil
Supervisão: Daniela Vianna, pós-doutoranda do Programa USPSusten e Pesquisadora do Saúde Planetária Brasil (IEA-USP).
Coordenação: António Mauro Saraiva, professor titular da POLI-USP e coordenador do Saúde Planetária Brasil (IEA-USP)