Empreendedorismo e inovação são ferramentas centrais para uma economia mais verde

CEOs e Diretores de empresas comprometidas com a sustentabilidade apresentaram suas ideias e ações para um mundo mais verde no painel “Novos negócios para uma nova sociedade”, um dos destaques da Conferência Global de Saúde Planetária de 2021

Por Joana Carolina Zuqui

Na manhã de quarta-feira, 28 de abril, das 11:00 às 12:10 BRT, o Planetary Health Annual Meeting and Festival (PHAM) 2021 apresentou o Painel “Novos negócios para uma nova sociedade”. Conduzido por John Fullerton (Capital Institute), com Bruce Friedrich (the Good Food Institute); Silvia Lagnado (Natura & Co); Tom Szaky (Terracycle and Loop – Plataforma Zero Waste), e Kotchakorn Voraakhom (Landprocess/Porous City). Trouxe soluções e sugestões de empreendedorismo e inovação para lidar com os problemas ambientais que assolam o mundo, como a poluição e o desmatamento. Os painelistas discutiram sobre a questão da economia circular, relatando exemplos concretos de desafios e de lições aprendidas por empresas durante seus processos de criação de produtos, serviços e soluções, incorporando ideias e princípios de Saúde Planetária.

John Fullerton iniciou o painel ressaltando que não estamos vivendo em uma era de mudança, mas na mudança de uma era – da Era Moderna para a Era Integral -, na qual, segundo ele, precisamos reimaginar a economia para criar uma sociedade regeneradora, que considere as coisas e as pessoas como partes de um todo, de algo maior. Enquanto que, na atualidade, o aspecto financeiro é a prioridade; em uma sociedade regeneradora, o cuidado com o planeta está acima da economia e do lucro. Esse capitalismo regenerativo, segundo Fullerton, tem como princípios: a inovação, a adaptação e a sensibilidade, bem como o equilíbrio.

 

Apresentação de John Fullerton (Capital Institute)

Kotchakorn Voraakhom, arquiteta e paisagista tailandesa, mostrou um exemplo de economia integrada ao ambiente: a reciclagem de espaços urbanos. Isso ocorreu na Tailândia, onde telhados tornaram-se fazendas para a prática de agricultura sustentável, e uma ponte abandonada na cidade de Bangkok foi transformada no primeiro parque-ponte do mundo.

Ainda a respeito de reciclagem, Tom Skazy apresentou como costuma funcionar a vida útil de uma embalagem, e como esse sistema linear convencional (de extrato a produto e de produto a lixo) pode (e deve) ser substituído. Em um sistema circular, o material com potencial poluente é reaproveitado continuamente, sem gerar mais resíduo. A TerraCycle, empresa de Skazy, é líder global em coleta e reaproveitamento de materiais, trabalhando ao lado de diversas companhias globais que buscam maior sustentabilidade em suas cadeias de produção, como é o caso da Natura & Co. Silvia Lagnado, líder de crescimento sustentável da marca, explicou como a ideia de estar conectado a tudo – de fazer parte de um ecossistema complexo onde todos os elementos são interdependentes -, guia o grupo brasileiro desde a sua fundação, em 1969. Seu fundador, Antônio Luiz Seabra, acreditava que o valor de uma empresa deve ser medido pelo quanto ela contribui com o planeta e com a sociedade.

Apresentação de Tom Skazy (TerraCycle)

Dado o contexto da pandemia de COVID-19, um dos momentos mais comentados do painel foi a apresentação de Bruce Friedrich (The Good Food Institute – organização internacional que promove ovos, carne e laticínios feitos a base de plantas, como alternativa aos produtos de origem animal) sobre fatores de risco para uma nova pandemia. No topo da lista, figuram o consumo de carne e a produção alimentar insustentável, que se referem ao desmatamento provocado para a criação de áreas de pastagens destinadas à pecuária. Bruce afirma que é possível oferecer àqueles que amam carne exatamente o que eles gostam em um bife; porém, de um modo mais sustentável, sem sofrimento animal, sem risco de zoonoses e sem degradação ambiental. Bruce Friedrich também ressaltou que os esforços individuais de empresas e de líderes não são suficientes, e que governos devem auxiliar na busca por tecnologias sustentáveis; colaborar com a iniciativa privada para a pesquisa e para o desenvolvimento de soluções; apoiar a infraestrutura e a manufatura dessas tecnologias, e investir no acesso à ciência – permitindo que todos possam aprender a criar alternativas mais verdes. Assim, as ideias nascem e se espalham, possibilitando o surgimento de uma sociedade regeneradora, inclusiva e integrada ao ambiente.

Apresentação de Bruce Friedrich (The Good Food Institute)

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Edição: Thaís Presa Martins

Imagens: Joana Carolina Zuqui